Dos animais nas celas
Das montanhas de favelas
Das motoserras na floresta
É isso que nos herda?

O lixo das fossas
O descaso das nossas
A poluição da esfera
É isso que nos espera?

Por favor, não
Ninguém nasce como bicho de estimação
Muito menos para dar um mata leão no leão

Mas por favor, esteja certo
Nascemos para abraçar o mundo de peito aberto
E ver toda a maravilha da natureza de perto

Das abelhas nas flores
Das cachoeiras os esplendores
Dos animais a soberania
Então essa é a alegria?

O voar das borboletas
O abraço das correntezas
A natureza sem temores
Então esses são os amores?

Descrição da Obra

O nome da obra retrata bem um dos conceitos apresentados pelo poema, o questionamento se tudo o que fazemos com a natureza é algo já natural, herdado independente de nossa vontade individual.
Porém, o rumo que a obra estava tomando é quebrado a partir de um momento de reflexão e indignação levantado na terceira e quarta estrofe, em que vê-se possivelmente impotente em relação ao destino mas ainda sim implora e crê em um futuro melhor, com flores, animais e rios.
Escolhi retratar o tema desta maneira pois é como me sinto algumas vezes em relação ao futuro, com indignação de como tudo vai caminhar. Contudo, não falta força para tentar reverter essa situação.