Nome da Obra: Olhos do tempo
Autor(a): ANA JULIA SANTOS LOPES
Linguagem Artística: Fotografia
Edição: 2022
Descrição da Obra
Dona Rita nasceu e cresceu no sertão nordestino. Ela é filha de pais agricultores e desde pequena precisou trabalhar catando algodão para ajudar a sua família. Desde então, ela aprendeu a enxergar o mundo com dedicação, com empatia e nunca desistiu de seguir os seus sonhos. Dona Rita nasceu ao fim da Segunda Guerra Mundial em um momento em que o mundo estava se ressignificando e presenciando uma nova forma de harmonia. Além disso, ela presenciou diversos acontecimentos que mudaram a história, como por exemplo: a Guerra Fria, a Ditadura Militar e entre outros. O olhar de dona Rita representa a esperança entre o passar do tempo. Representa a vida, a mudança, a conexão e o amor. Durante a pandemia de COVID-19, ela ficou muito triste por precisar ficar isolada de todo mundo, mas ainda assim, ela nunca parou de pensar que o mundo ia conseguir passar por essa situação. Ela nunca parou de acreditar na reconexão e na ressignificação. Bem, nesse período, a fé na humanidade era tão grande que dona Rita sempre falava que com essa situação poderíamos contribuir com a construção de um mundo melhor. Com a chegada da vacina, Rita sorriu ao pensar que faltava pouco para ela voltar a abraçar seus filhos e netos, ouvir as risadas das crianças e contar suas histórias de infância. Então, depois de alguns meses, a ciência tornou os abraços possíveis e as risadas mais bonitas. O título "Olhos do tempo" demonstra as marcas do tempo no rosto de Rita, os olhos que já viram guerras, pandemias e manifestações. Que viram a dor e que viram a cura. Que viram a seca nordestina e os tempos de chuva. Os olhos que viram a reconexão, a ressignificação e a construção. Além disso, seus olhos viram uma televisão ficar colorida e o surgimento de um celular que tinha o tamanho da sua mão. Nessa fotografia, os olhos de Rita vislumbram o horizonte, brilhando, cheios de esperança, de que novos dias estão chegando. Dona Rita tem o abraço que aquieta e acalma as dores da alma. Aqueles abraços em que, logo depois de dados, o coração sorri emocionado e pensa: ''como é bom te ter ao meu lado". Bem, o rosto, marcado pelo tempo, os olhos transbordando esperança, os abraços cheios de amor, as memórias enfeitadas por todas as lembranças e, a vida dela, uma coleção de força, resiliência e ressignificado. Então é essa senhora, a protagonista desta fotografia, que eu tenho a honra e a alegria de dizer: ''vem cá me dar um abraço, voinha''